NOTA
Outrora disseste: “siga em frente”.
Não credes, mas ouvi-lo doeu;
Os passos, dei-os todos errante,
Seguia perdido, tateando num breu.
Muito embora ocultasses o rosto,
Não longe dele, pouso encontrei.
Mas desperto! Abrigar-me feria!
Apressei-me, inda sangrando voltei.
Com paciência aguardarei o perdão,
O tempo certo e sanar meu defeito.
De tantas coisas precisa tua alma,
Meu coração também é imperfeito.
O que dizes? “Siga então novamente”;
Resoluto, respondo: “Não sigo!
Esses pés rejeitam agora a estrada
Em que os teus não seguem comigo”.