Epiderme de lua
Por trás do apogeu dos olhos teus
habita todo meu reflexo
colérico
de paixão
que não se mede
e que transcende
toda a minha natureza
e santidade
quando mergulho
no pecado da inocência
que consome
o meu enigma
de dizer de ângulos distintos
o que sinto
no centro
do meu ser:
dizer que se ama
é a profusão da beleza
do teu ser
que resplandece
no trópico de horário
adiantado
e que porta as mesmas
eternas
constelações
visíveis
do ponto de vista
de quem sonha com oceanos
e tinta dourada
que jamais abrigará
tua epiderme de seda
e caos
que me convida
para valsar
no infinito de ser
átomo
e se dissipar
e renascer
com pleno vigor
A ordem das tonalidades quentes
e frias brotam das janelas
do teu quarto
rumo ao poente
e tu estás a observar
o nascimento
daquela física noturna
e terna
chamada noite
– ou renascimento
da face outrora
ocultada
do presente –
que canta
como as labaredas explícitas
dos teus olhos
que estão acima dos teus lábios
de arco-íris:
és artisticamente um arco
de simetria revolucionária
que me abala
os anticorpos
que me atrai
o magnetismo
que me acalma
quando
me beijas
com todas as definições
de vidas
passadas
e futuras
acendendo-me
como mármore
e mergulhando-me
no'teu azedume,
na'tua brandura
e na'tua areia
que anula o deserto
no'meu coração
que a ti
pertence