Anel de noivado
 
Ao lado da mulher amada,
instalei a minha morada
numa esquina do vilarejo.
Hoje em dia, tudo o que vejo
é só uma casa vazia
ceifada da antiga alegria,
pois a morena foi embora
numa escura noite de outrora.
Deixou apenas um bilhete
preso com pequeno alfinete
nas tábuas da porta dos fundos,
e junto um anel vagabundo.
 
“Deixo aqui singela lembrança
de um tempo de sonho e bonança:
é o anel a ouro folheado
do nosso romance acabado.”


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N. do A. – Na ilustração, Posing Beauty de Maria Szantho (Hungria – 1897-1998).
João Carlos Hey
Enviado por João Carlos Hey em 04/10/2019
Reeditado em 27/08/2020
Código do texto: T6761439
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