Deserto

Caminha trôpego em solo de areias,

Por trilhas sem fim,

Na ilusão de suas paixões passageiras.

No deserto de si mesmo

Caminha a esmo.

De sol a sol,

Noite e dia...

Entre miragens distantes

E a realidade que ignora,

No perder de cada hora.

Ergue os braços esquálidos

À musa que evapora ao longe,

Por entre o vento Simum

A engolir-lhe a esperança,

A devastar-lhe os sonhos

Do amor verdadeiro

Onde a felicidade mora.