Crepúsculo
Aquele longínquo rastro
De poeira cósmica
Por onde pairam bilhões
De pontos reluzentes
Defrontam-me à lembrança
Do que um dia
Foram teus olhos...
Hoje já não mais
Têm brilho próprio,
A luz que deles irradia
Nada mais é do que
O reflexo das velas fúnebres
Que acendera em luto
Pelo amor
que outrora cultivamos.
Já não mais vejo neles
Os versos de Camões
Ou de Vinicius De Moraes...
Deles fizeste uma folha em branco
Para Augusto Dos Anjos escrever.
(Claudiomar)