Amores da tormenta
São como ondas impetuosas os amores desta vida
Que arrematam contra mim e me fazem misérias,
Dilaceram meu corpo e me afligem o espírito
Espumejam as águas da minha alma e não me dão descanso.
Estou entregue a sua fúria, não há como escapar-lhes,
Não há como saber quando vem a próxima onda
Mas é certo que vem e é certo que me pega desavisado,
Ah que cruel amargor é essa minha certeza !
Mas tenho esperança de que logo vem um barco que me abrigue
Que me seja amor refúgio em meio aos amores da tormenta,
Vou então me atirar para dentro e enfim repousarei
Navegarei enfim pelos mares bravios, amando e sendo amado.