A Negação do Amor

E antes que permitas

que eu te ame assim

em devoção agônica,

hei de desbravar terras novas

armado do sabre da curiosidade,

a aventura a me catapultar.

Invadir salões insuspeitos

profanar corpos e templos

macular o meu, ainda virgem,

em holocaustos de oferendas pagãs

que me consintam a vilania

de perder-me, antes de me danar de amor.

Deixa que colha flores mortas

e arremeta o peito

sobre rochedos e espinheiros

e que mortifique meu espírito

até sangrar,

sequioso que é de glórias românticas.

A pena bastaria se fosse poeta...

Se fosse poeta bastaria

o pergaminho e um tanto de paz

mas não o sou,

sou nada além da procura em vão

de encontrar-me para me perder.

Antes que eu me permita te amar assim...