TUA CRUELDADE

Na minha alma reside um pedaço de cada ventania inesperada

Pra cada hora passada envelheço ainda mais devagar

Quem sabe sou o último dos que acreditam na vida

Talvez sou o primeiro da lista dos que morrem cedo...

Na minha calma descanso as ordas criminosas da intolerância

Pra cada erro cometido desaprendo um pouco mais

Quem sabe sou ainda a criança que nasce a cada dia

Talvez serei a crença da minha própria ilusão...

Nos meus defeitos pousam os pássaros da inocência

A minha malícia é tão casta quanto o canto da chuva

Sou a luva que não cabe nem na minha própria mão

Desesperado por encontrar a solução

Cansado de errar mesmo tendo razão...

Nos meus olhos desfilam lágrimas bobas e solitárias

Pois cada um de nós tem seu jeito próprio de amar

Posso trancar-me no quarto o tempo que precisar

E ignorar todo o mundo que estiver ao meu redor

Mas não posso negar nem descartar teus beijos

Porém tenho todo o direito de contestar tua crueldade -

Mesmo que ela seja incontestável...