O que escrevo não chega a lugar nenhum

Foi com um aperto de mão

que me disse que

tudo estava acabado

As mãos que unem, às vezes

se unem para não unir

nunca mais.

Você me soltou

e disse que o universo

era coisa boba

que estamos vivos

apenas porque somos

medrosos

demais

para morrer

Você me questionava

sobre a vida

Eu te dizia que

preferia viver

do que pensar em

alguma explicação

lógica

para tal existência.

Vazia

Com um coração

Confuso

Você deixou

Dúvidas

Indecifráveis

Intermináveis

Incansáveis

E eu não sei lidar

Com tudo isso

Respostas

São apenas linhas

Circulando a terra

E terminando em

Tartarugas

E espirais.

As metamorfoses

São intensas

E eu estou sempre em mudança

Buscando formas de voar

Em cores diferentes

O vazio que eu senti

Não foi em busca de algo

Na verdade, ele nunca existiu

Só extinguiu minha sanidade

Momentos

Momentos

Momentos

São inteiros momentos

E metades inteiras

De momentos

E momentos

Foi quando eu descobri

Que as meias verdades

São as piores

________...

Ele me disse que

Se fosse possível

Tirava a dor

Que existia dentro

Do meu infinito

As estrelas do meu

Céu

Brilharam

Como antes

Lágrimas, lágrimas, lágrimas

O céu estava nublado

Um desejo

De chuva

De tempestade

Assim como a alma

Que grita pra sair

Fugir

Era difícil demais ficar ali

O relógio marcava duas da manhã

Eu não dormia

Noites perdidas

E ninguém nem soube.

Até agora.

O mar não é nada

Se comparado

A tua imensa vontade

De me ajudar

Na sanidade que eu

Nunca pude ter

E ninguém sabia

E a saudade que sinto de ti

Nem parece ser de verdade

Você me tomou

E eu não sei mais

Me ver com outro alguém

Que não seja você

Solidão

Não é nada

Um dia me disseram

Que para ficar só

Ser vazio

Poderia doer

Eu te escuto

Ele disse

Eu fiquei quieta

Ele ouviu meu silêncio

E disse

Eu te entendo

Ele relamente entendia

É muito subjetivo

A linha paralela

De cada um

Mostrando realidades

Tão diferentes

Faz tempo que não mexo aqui

A confusão passa por alguns dias

Eu volto a ficar bem

Como era pra ser

Na visão utópica

Que é viver

É tanta saudade

Que meus olhos

Escorrem

Em sintonia

Com a alma apodrecida

Você é perfeita

É como a arte mais bem feita

Tua cintura

Mostra curvas delineadas

Teu sorriso é tão belo quanto

Tua bondade disfarçada

R a z ã o

R a z ã o

R a z ã o

Tua imensa razão

De ser quem eu

Preciso ser

Mas hoje, não

Vivência

Dos meus avós

Que já se foram

O estranho silêncio

Dos que não existem mais

Café, lápis, papel

Unhas pintadas

Agenda marcada

Até onde isso vai?

Café, lápis, papel

Nada do que vejo

Faz sentido

O mundo regrado

Me deixa cansada

Da incógnita de ser

Quem eu não quero

Poesia

Foi quando você me disse

Que estaria aqui

Até prometeu

Logo eu

Que nunca fui

Fácil de lidar

E você

Ainda assim

Quis ficar

Você apertou minha mão

E assegurou

Que tudo ficaria bem

O choro iria embora

No outro dia

Eu não me lembraria de

Nada

Somente de você

Os espíritos me assombram

Toda noite

Entre o escuro

E o claro

Das luas

Percebi que talvez

Não daríamos certo

Quando seu sonho

Ia além das fronteiras do país

E o meu

Além do laço matrimonial

Eu posso te olhar

E não precisar dizer

Tudo que sinto

Você é o alívio que

Faz como remédio

Em minha dor

Eu vi aquela flor

Amarela

No sol amarelo

Sol que penetra

Na distância

Que agarra o vento

Eu só via flores amarelas

Em um mundo amarelo

Tiago York me ensinou

Que é possível

Ser reconhecido

Mesmo depois de

Todo caos

E eu que fui

tomar banho

Pra ver

Se minha intensidade

Iria embora

Cuidado com quem você se despeja

E eu que

Preferi viver com

A tempestiva possibilidade

De não me casar com você

Do que destruir

Seu sonho

Meu sonho era você

O seu

Bom

O seu sonho não era eu

Ouvi aquela música bonita

Fiquei pensando

Se minha vida seria só aquilo

Fantasiava tanto quando pequena

Que hoje não consigo mais

Viver no mundo real

O choro mostra o quanto

Pode machucar

Uma ideia

Um pensamento

Algo que seja apenas teu

E não nosso

Joga toda raiva no travesseiro

Chuta

Joga na parede

Grita

Perca a paciência só uma vez

Não guarda nada aí dentro, não

Seu interior é muito bonito

Para um sentimento tão ruim

Olavo Bilac tinha razão

Quando disse

Que rios correriam

Dos olhos

Se eu chorasse

Srta Lulke
Enviado por Srta Lulke em 14/11/2019
Código do texto: T6794610
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