O Amor e o querer

– Não me venhas, Amor, com as tuas garras,

Estas setas agudas, tal qual arpão,

Trespassar-me o peito e romper as amarras

Que mantêm seguro o meu coração.

– Não! Não sou eu que vou à tua caça,

Esperando-te, oh! tolo e inseguro mortal!

És tu que, incauto, quando por mim passas

Atrai-me e acusa-me de causar-te mal!

– Como posso atrair-te, poderoso Cupido

Se magnânimo és, um olímpico deus

E eu mero mortal sujeito aos caprichos seus?

– Tolo! Deixas de ser assim tão estúpido

E creias mais em teu próprio poder

Pois só posso o que está em teu querer.

Cícero – 13-11-2019

Cícero Carlos Lopes
Enviado por Cícero Carlos Lopes em 14/11/2019
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