Lua

Não vejo a lua hoje,

Está encoberta pelas nuvens.

Porém algumas estrelas insistem em aparecer.

Surgem por entre a cortina que se formou no céu.

Noite escura, mas não tão escura.

As luzes da cidade brilham através da cortina de vapor.

Não vejo a lua.

Queria vê-la!

Não posso, queria toca-la. Não posso.

Estou tão distante, mas me sinto perto.

Apenas sinto, não posso toca-la.

Vejo as estrelas, insistentes, insistem em transpor seu brilho por entre as nuvens.

Por que não a lua?

Se esconde…

O mesmo céu que vejo em Minas, via também no Espírito Santo.

Lá não havia neblina, buscava a lua.

A sentia, mas não podia toca-la.

Queria eu construir uma escada até você!

Porém em qual direção?

Onde está a lua?

Atrás das nuvens? Mas se as estrelas aparecem? Por que não a lua?

As estrelas…

Essas também não posso toca-las.

Mas posso vê-las!

Sinto sua presença, vejo sua luz.

E a lua?

Onde está?

De encontro ao mar, quase posso tocar.

Está distante, porém está perto.

Não precisa ser grande, nem tão pouco importa o seu brilho.

Não vejo a lua, queria vê-la.

Através das nuvens. Longe das nuvens.

Céu estrelado, lua mais bela.

Controla marés, controla o mar.

Mas e as nuvens?

As estrelas ainda podem ser vistas.

Por que se esconde lua?

Queria eu ter a luz da lua e não da cidade.

Porém fecho os olhos, já é hora de dormir.

Não pude ver a lua mais uma vez.

De manhã nasce o sol.

Em seguida, a lua pode aparecer…

Mas pode ser, que não apareça.

Nem ver… nem tocar.

Agora te sinto mar, como me sinto ao sentir e como se sente sem a poder tocar.