MANCEBO
Eu amornei a espera
No rangir dos cachos
Das águas cinzentas
A deslizar
Das ribanceiras
Serranas
Ventre luzido de lua
Cheia.
Eu exilado de mim
Em traje de cores
Danço em piruetas
Torturadas
A festejar o rebuliço
Sabugo destroçado
Dos meus
Desamores.
Gotas de lágrimas
Delírios insanos
Meu coração abatido
Inclinou-se amasiado.
Nada de perto eu vejo
Só anseio o teu vulto
De ave seminua
Quebrando os gravetos
No pouso amancebado
Da sua lascívia.
Das nuvens furadas
Goteja em meu rosto
Um gozo de lâmina
Vazante
Ofusca a rudez
Abastarda
E acaricio a imagem
Da tua pele desnuda.