Conexão.

Viajo por corpos vazios e mundos repletos de conteúdos, porém vastos de qualquer conexão com o meu próprio mundo. Beijos que não fazem o coração acelerar. O contato com a pele fria que congela o interior. O gosto do beijo amargo que não adoça nem mesmo com muito doce. A atração que causa ondas dentro de mim, mas que logo morre na beira da praia. Tudo isso, pois falta conexão.

E ainda assim, quando a pele arrepia, quando a vontade se derrama e o beijo é doce, falta conexão. Falta aquela coisa... Aquela coisa que costumam chamar de “coisa de alma”.

Faz falta a conexão além do corpo físico, a sensação de se perder e se encontrar mil vezes, de não compreender aquele turbilhão de sensações, mas ao mesmo tempo estar submerso nele. Faz falta perder a noção da hora, se esquecer do cansaço da rotina de forma não proposital, e no lugar da despedida, ter o questionamento de quando se irá retornar. Faz falta ansiar por retornar. Faz falta sonhar com o que passou e com o que virá.

Não importa se há aliança, se há um contrato de jura de amor, se há paixão, se há expectativa, se há arrepio com o beijo na nuca ou entrega ao momento, é sempre como uma montanha russa sem freio que não demora muito para se destroçar. Porém, logo embarco novamente em uma nova aventura que sem freio me freia, que sem conexão não entende a proporção do acidente, que logo me recupero e parto para outra aventura com uma curta esperança de sentir de novo, só mais uma vez nem que seja por míseros minutos, aquela conexão que vai além da matéria, a conexão das almas.

Thalita Cardoso
Enviado por Thalita Cardoso em 14/12/2019
Código do texto: T6818705
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