Perdoe-me
Perdoe essa desditosa humanidade
Que insisto carregar em mim.
Perdoe o anseio de te abrir o peito
E arrancar à força o que te põe um fim.
Já não suporto esse desespero,
esse pavor de te ver ao chão,
É dor de quem te amou sem medo
O suficiente pra não soltar sua mão.
Perdoe-me se insisto
na peleja diária de ver-te feliz
É que vi seus cortes serem refeitos,
tive em minha pele sua cicatriz.
É essa alma auspiciosa
Que não se afasta na escuridão
Pode implorar-me um milhão de vezes
Mas não lhe entrego pra solidão.
Não sou quem antes deixou-te às beiras
Sem qualquer resquício de emoção
Sou quem quebrou-te grandes barreiras
Quem viu pulsar seu coração.