Quando o tempo não é o Remédio

São coisas que a vida não explica.
Que a experiência não ensina.
Agruras do destino,
lançadas a própria sina.

Brotam do fundo da alma
e o sonho, não às recusa.
Enquanto a emoção perdoa,
a razão cruel acusa.

Os Deuses ao longe expiam
com que tranquilidade tosca,
o Cupido, a flecha acerta,
precisamente na mosca.

Assim, se muda um caminho.
Sereno, calmo, suave.
O peito clama por trégua,
mas a paz, por hora, não cabe.

Então, trava-se o embate
entre a caça e o leão.
O pranto rola aos olhos,
mas funde-se no coração.

Paixão pura.
Paixão dura.
Paixão... paixão... paixão...
Paixão obscura.
Daquelas que o tempo não cura.

Guiné Piccolo