Estações Inquietas

Estações Inquietas

E, por dias de um ciclo, fui tão eu, que transbordei o que não me cabia.

Desperdicei desejos límpidos que cortejavam a fragilidade.

Tanta intensidade encetada por um abraço fluído que, embora breve, durou o tempo acertado para eternizar.

Quantas palavras não ditas defronte a inúmeras vontades em dizê-las.

Houve silêncio para calar as angústias mais profundas, e tantas coisas foram ditas na inquietude...

Passaram estações, afloraram sonhos, veranearam possibilidades, choveram dúvidas.

Não houve a presença necessária e, por isso, evoluímos para sentir além da pele, ver além dos olhos, entender além da áurea, captar através dos sonhos...

Não havia problemas a resolver, mas pensamentos a serem corrigidos.

Houve saudade do que não aconteceu.

Havia desejo de companhia para uma vida inteira mesmo sem perceber que rumo a vida iria levar, não houve promessas apontadas, apesar de vontades gritantes.

Era tanto amor doado que, para receber, era deprecado esvaziar-se de mim. Pena que eu não estava pronto para seguir ao teu lado...