AMOR A DISTÂNCIA

Prólogo

O amor resiste a distância, ao silêncio das separações, o desrespeito, a deslealdade, às agressões, os desafetos e até às traições? Sinceramente não creio nesse devaneio.

Mas talvez isso ajude a resolver a equação onde prevalece a multiplicação do perdão ou a confecção do pão sem centeio.

O VÉRTICE PERFEITO, AVELUDADO E MACIO

Não me peça nem me exija mais nada. Também não quero e não preciso do que não podemos ter. De que me adianta desejar o melhor e mais raro no corpo nu, com um olhar agitado, esgazeado pelo gozo sublime alcançado, sentido do prazer demorado emergido do vértice perfeito, aveludado e macio?

Nosso colóquio não pode evoluir se não temos a necessária privacidade para possuirmos um ao outro. Temos a nossa grandeza... Reconhecemos nossas limitações mundanas, que nascem das imperfeições transformadas das adorações serenas.

Entendemos que há um cravo e uma rosa carentes, ardentes em desejos urgentes, mas caídos do alto das incompreensões sociais cruéis e latentes. Há muito tempo giro em tua volta na esperança de ser correspondido e socorrido.

E sob o sol escaldante, céu estrelado ou pela chuva abatido...

Debalde espero por um aceno teu como um faminto em agonia abstido.

CONCLUSÃO

Desejos, paixões e amores a distância não prosperam! Há inúmeros exemplos de relações interpessoais que fracassaram diante da crudelíssima distância separadora de afetuosos abraços sinceros, reais e sem desvio.

Mesmo que a esperança nos alegre e nos faça feliz de forma fugaz com sonhos, dando cor ao cinzento da realidade; mesmo que a primavera possa nos despertar e nos sublimar com flores viçosas as ausências danosas de um amor a distância... Nem assim creio no preenchimento total desse dantesco vazio.