Matemática do Amor

Apesar de tudo que aconteceu
não consigo inspirar-me em nada.
Porque, nada me aconteceu.
Ou seja, somei e subtrai, multipliquei e dividi.
O resultado foi conjunto vazio.
Na matemática do amor,
um é igual a zero.
E pior! Zero a esquerda
com sentido vetorial de perda.
Perda da esperança,
que por mais banal que seja,
no campo dos reais,
existia uma possibilidade
de sermos uma intersecção,
com a parábola findando no coração.
Pena sermos números primos
e só nos dividirmos por nós mesmos.
Fora o dois, somos ímpar.
Nossos perímetros são áreas divergentes
com uma figura geométrica possível.
Mas qual?
Talvez um triângulo amoroso,
com ângulo obtuso.
Tantos cálculos nos deixou confuso.
Parar, respirar, refletir, descansar;
seja a melhor operação
para descobrimos nosso denominador comum.
Um sendo seno e o outro coseno.
Todos positivos, independentes do quadrante.
Definirmos nossas equações
no primeiro e segundo graus.
Provarmos que as paralelas
em algum lugar se encontram,
nem que seja no infinito.
Sendo você, a estrela mais bela.
Eu, o astro mais bonito.

Guiné Piccolo.