Hendecassílabos - Lua, noite e devaneios ( Versos antigos)
A fúlgida lua vagando nos ares,
Enfeita com graça as nuvens sombrias.
Fulgura na terra, mergulha nos mares,
Dourando as espumas das águas tão frias.
É disco que Deus arremessa no espaço.
A pálida lua – medalha argentina,
Fazendo voltar novamente aos meus braços
Os doces encantos da meiga menina.
De leve prateia o seu rosto moreno,
Define também os seus tênues contornos.
A lua suave – seus olhos serenos!
A noite tão fria – seus lábios tão mornos!
Os raios lançando nas ondas seu lume,
Lhes fazem carícias, suaves desvelos.
Mais fazem, no entanto, luzir o negrume
Das ondas sutis dos seus longos cabelos.
A lua parece uma estrela gigante,
Velando o repouso da mata adormida.
princesa gentil, no meu céu cintilante
A estrela da minha tão lúgubre vida!
Clareia o luar o negror da campina
A Lua se olhando no espelho das águas.
Parece demais os teus olhos, menina,
Mirando em meu rosto tão cheio de mágoas.
A lua a beijar o perfume das rosas,
Lhe fala de amor – no seu brilha de vida
Também a beijar-te as faces mimosas,
Eu digo, em murmúrios –te adoro. querida!
E quando a manhã esplandece, o desgosto
Embruma em meus olhos a luz do arrebol.
Vertendo-me lágrimas tristes ao rosto
Trazendo a tristeza nos raios do sol.
Pois quando se eleva o Sol forte no monte.
Fazendo acordar as florestas umbrosas
A lua se esconde no além, no horizonte,
Levando consigo as lembranças ditosas.
( 1979)
A fúlgida lua vagando nos ares,
Enfeita com graça as nuvens sombrias.
Fulgura na terra, mergulha nos mares,
Dourando as espumas das águas tão frias.
É disco que Deus arremessa no espaço.
A pálida lua – medalha argentina,
Fazendo voltar novamente aos meus braços
Os doces encantos da meiga menina.
De leve prateia o seu rosto moreno,
Define também os seus tênues contornos.
A lua suave – seus olhos serenos!
A noite tão fria – seus lábios tão mornos!
Os raios lançando nas ondas seu lume,
Lhes fazem carícias, suaves desvelos.
Mais fazem, no entanto, luzir o negrume
Das ondas sutis dos seus longos cabelos.
A lua parece uma estrela gigante,
Velando o repouso da mata adormida.
princesa gentil, no meu céu cintilante
A estrela da minha tão lúgubre vida!
Clareia o luar o negror da campina
A Lua se olhando no espelho das águas.
Parece demais os teus olhos, menina,
Mirando em meu rosto tão cheio de mágoas.
A lua a beijar o perfume das rosas,
Lhe fala de amor – no seu brilha de vida
Também a beijar-te as faces mimosas,
Eu digo, em murmúrios –te adoro. querida!
E quando a manhã esplandece, o desgosto
Embruma em meus olhos a luz do arrebol.
Vertendo-me lágrimas tristes ao rosto
Trazendo a tristeza nos raios do sol.
Pois quando se eleva o Sol forte no monte.
Fazendo acordar as florestas umbrosas
A lua se esconde no além, no horizonte,
Levando consigo as lembranças ditosas.
( 1979)