CINZAS

Minha paz eu perdi

Iludida por minha própria insanidade

Há que se ver o que sofri

Ainda que em busca a tal felicidade

Rodei por caminhos

Bastante falsos

Incertos e, cheios de espinhos.

Em minha luta de pés descalços

Ardia num louco afã

Impressionada, apaixonada

Não havia o que me pusesse sã

Ainda, do desejo de por ti, ser amada.

Tendo por fim, só uma esperança vã...

Zaratustra, no entanto, ainda cala em mim:

¨Como se renovar, sem primeiro se tornar cinzas?¨*

Tal fiel discípula, devo então me queimar?...

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* Frase retirada da abertura do livro de Irvin D. Yalom

Tradução de Ivo Korytowski

¨Quando Nietzsche chorou¨ - 27ª Edição.