Quietinho
Depois de tanta chuva
O meu desejo
Era de voar como uma folha.
Um voo leve
E infinitamente breve,
Que me levasse para perto de ti
Onde eu acampasse
nas bordas do seu coração;
Com carinho, que tens,
Fico aqui, quietinho
Sonhando
e esperando esse ventinho.
Que me faça levitar...
Desafinado
https://www.youtube.com/watch?v=Y1lNF6UvyaE
"Quando alguém se torna um centro, quando alguém se torna cristalizado, não há nem repulsão nem atração por alguém. Isto cria um problema mais profundo porque significa que você não pode ir além do ódio a menos que você vá além do amor.
Todos querem ir além do ódio, mas ninguém quer ir além do amor. Mas isso cria uma situação impossível para você porque o ódio é uma parte do fenômeno único de repulsão e atração."
---Um amigo fiel.---
Procuro o meu Quintana de bolso,
Um amigo fiel.
Nele,
Abriram-se em páginas as portas do céu;
Um querido precedente,
Procurando insistentemente,
Uma única palavra;
Versos, que me abriram o coração,
Como o doutor opera,
Feito um curador de letras,
Em manhãs turvas,
Entre centenas e mais centenas
De cirurgias matinais em poemas de amor.
Leia mais: https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=348073 © Luso-Poemas
Fidelidade
https://www.youtube.com/watch?v=eHgU4ERc7Nc
A pessoa que segue o caminho da consciência encontra o amor como uma conseqüência de sua consciência, como um sub-produto, como uma sombra. E a pessoa que segue o caminho do amor encontra a consciência como conseqüência, como um sub-produto, como uma sombra do amor.
---Sem medo---
Li em algum lugar
que as vacas podem voar;
Junto com os elefantes
Dariam um bom par,
Algo bonito
e temeroso de se olhar,
Acima de nossas cabeças.
Não tenho pressa,
e em segredo
Vou me organizar ao escrever,
Tentar ser coerente,
e viver,
Com algo que possa voar
Sem me fazer medo.
Insensatez
https://www.youtube.com/watch?v=VnABK3R5AeA
Quando amamos, o nosso amor é tão grande que é suficiente estarmos sentados de mãos dadas, sem pronunciarmos uma única palavra.
---Calvin e Haroldo---
Fico conjugando-te
Luz que entra pela janela,
Luz de um verbo clarear,
De lembrar momentos,
Os que são poucos,
Em que não te lembro.
Agora é tarde,
E vem esse vento de saudade
Balançando-me suave
como uma rede.
É o meu descanso final,
Quando sinto a falta
de um jornal,
Com as tirinhas de Calvin
e Haroldo...
Talvez, talvez,
o mundo tenha sido melhor,
Quem há de tê-lo sabido?
E por falar em saudade
https://www.youtube.com/watch?v=x787IgD-fQA
se sua consciência carece de amor então ela ainda é impura; ela ainda não conheceu a pureza cem por cento. Ainda não é verdadeiramente consciência; tem que estar misturada com inconsciência. Não é luz pura; deve haver compartimentos de escuridão dentro de você ainda trabalhando, funcionando, influenciando você, dominando você. Se seu amor é sem consciência, então ainda não é amor.
---Rua de pedras---
Rua de pedras,
Pedrinhas
No meu caminho.
Se conseguir,
Levo-as no bolso.
Faço-lhes esse carinho
Nas manhãs de nuvens,
Nuvenzinhas,
Correndo no céu
Como carneirinhas macias,
Acompanham-me
Na rua de pedras,
Ainda que sejam pedrinhas.
Sinto que, ir, é isso,
É estar bem acompanhado,
Rir, consciente,
De estar feliz completamente .
Carta ao Tom
https://www.youtube.com/watch?v=nOB25eYi_6g
"Pessoas que tem medo do amor não tem medo do sexo. O amor é perigoso; o sexo não é perigoso, pode ser manipulado. É por isso que o orgasmo está se tornando cada vez mais difícil. Ejaculação não é orgasmo, dar nascimento a crianças não é orgástico. Orgasmo é o envolvimento total do corpo: mente, corpo, alma, todos juntos. Você vibra, todo o seu ser vibra, da ponta dos pés à cabeça. Você não está mais no controle; a existência tomou posse de você e você não sabe quem você é.
---Para que eu possa, enfim, sonhar.---
Rua de vento
e madrugada;
A noite
espalha a fuligem,
e a neblina.
Para que se abra;
e no meu íntimo
Fique estrelada,
Limpando a alma
da noite de luar,
Para que eu possa,
enfim, sonhar,
com pensamentos em branco.
A vida tem sempre razão.
https://www.youtube.com/watch?v=Y_lZ93iOL10
Ser autêntico significa ser fiel a si próprio. É um fenômeno muitíssimo perigoso; são raras as pessoas que o fazem. Mas sempre que as pessoas o fazem, elas conseguem. Elas conseguem uma beleza tal, uma graça tal, um contentamento tal que não pode ser imaginado.
---Nem sou.---
O amor, contudo, ata-me.
Não construo sequer um caminhar,
Não possuo nada, não sou o amanhecer,
Nem mesmo o despertar.
Mesmo aquele que não é,
Consta na superfície vazia,
Exprime, realiza-se,
Enquanto dissabor nem sou...
O papel que a chama consome
queima por algo,
Algo que um dia
pela lembrança dissemos o nome,
(Ah, a lembrança!)
Como mariposas voando a noite
em busca de luz,
A lucidez que a noite esconde,
No amargor das profundezas do infinito,
Pontilhado de jóias brilhantes,
Raras, ingênuas, pedantes e perfumadas,
Como gotas d’água
na condensação de raros momentos,
Perdidos sem razão,
Na lembrança de alguém
para alguém a quem se ama
com imenso carinho,
Para aquele ser que existe sozinho
somente dentro de mim.
Pela luz dos olhos teus
https://www.youtube.com/watch?v=Ll7lkSQS6OQ
As palavras nunca morrem. Uma vez proferida, uma palavra continua a ressoar como um seixo atirado para um lago. As ondas por ele criadas propagam-se na direção da margem mais afastada. Nesta existência, porém, não há margens, nem orlas, nem fronteiras. Quando dizemos algo, isso permanece para sempre. Continua a ressoar e a ecoar cada vez mais longe.
---Abro a janela no fim do dia...---
Abro a janela no fim do dia,
Juntando a luz esmaecida do anoitecer
com um resto de oração,
Que vem trazendo consigo uma legenda triste.
Traduzindo parte deste quadro,
Preenchendo a musica alheia
vinda da pequena estação na igreja.
Tocada como se tudo estivesse vivo
e ao mesmo tempo equivocado,
Ficando para sempre ordenado em minhas veias,
Na sublimação resgatada do seu amor ferido,
Pertencente a um céu mistificado,
Aberto as lágrimas por uma fenda em meu coração.
Vertendo o pesar da bruma do sonho,
Leve, transparente e misturada aos tons violetas da paixão,
Compelidos à calamidade do pensamento
que nutre com tons escuros de azuis,
Os filetes vermelhos feito sangue, desse entardecer,
Na paleta que se move lentamente,
Porém, relativamente sem nenhuma gravidade,
Apesar da angústia de meu sofrimento.
Neste momento nada mais parece ter peso
Aquele peso que as coisas comumente têm.
Estou apaixonado, ileso e solto nos céus de Chagall,
Ouvindo o apito do trem que vem trazendo a saudade
contígua à trilha sonora do entardecer;
A fenecer tocada pelo lampião desafinado no canto da casa,
Que oferece, com emoção, pouca luminosidade
para a realidade de um universo tão grande.
Lá fora um pássaro se despede,
O cachorro late,
Enquanto meu espírito complacente
vê-se entretido ouvindo uma conversa,
Emoldurada pelo cheiro das flores,
Que aguardaram esse momento oportuno
para refletir com sutileza, sobre o dia de amanhã
e só então decidir,
Se em meu peito irão se abrir,
Pensando em colorir com alegria
A minha tristeza...
Wave
https://www.youtube.com/watch?v=vpLLKvDAXNI
Mesmo grandes viajantes do mundo interior ficaram presos em lindas experiências, e tornaram-se identificados com essas experiências pensando: "Encontrei a mim mesmo." Eles pararam antes de atingir o estágio final onde todas as experiências desaparecem. A iluminação não é uma experiência." (todas as interações são do meu amigo Chandra)