Ferrugem

Marcou o meu

Corpo

Com as garras

Do passado

Silêncio abafado

Varal encapado

De tirania.

Grudo os meus

Pés no chão

E na ponta

Da língua

Rosna um espantoso

E atípico gemido.

Os pelos do meu

Corpo se erguem

Contemplo

Os seus lábios

E me rendo

A tua

Bagunçada

Risada rubra.

No reprise

Da nossa teimosia

Me arrisco feito

Ferrugem

Em aço infalível

No sovaco

Das horas perdidas.

E no rigor

De profundos ventos

Desato a timidez

E deslizo na clarabóia

Serena de tua pele.

Eu rompo fogueira

Nesta noite luzidia

Um estrondoso luar

Rasgou as nuvens.

Daniel Gomez.

Dangomez
Enviado por Dangomez em 29/01/2020
Código do texto: T6853784
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