PEGA

Leia o aviso, ele é muito conciso e diz que o seu tempo terminou,

É hora da entrega, do pega, de não querer sair, depois de entrar,

De minar o equilíbrio que as pernas mantinham e não sustentam,

Enfrentam o frenesi intenso, descartam desistir, ainda mais agora.

Já passou da hora de flexibilizar a ilibada conduta e perder a luta,

Aceitar fulgazes desvios de fraquezas humanas tão escancaradas,

Concatenadas para materializar o que consumiu uma alma inteira,

A febre ligeira que passa dos quarenta, só cede depois de queimar.

Se é para mergulhar, que seja bem fundo, e que se torne o assunto

Mais comentado dentre as postagens, imagens mais inimagináveis,

Riscos temerários, arrojados itinerários, para quem muito caminhou

E percebeu a vida breve como a neve nos trópicos, final de estação.

Afaste-se da coberta, ela não deixa ver a pele e marquinhas de sol,

Férias na praia que já ensaia repetir no próximo ano, este é o plano,

Eu, porém, aceito contemplar umas míseras horas que foram dadas,

Todas destinadas a mostrá-la desarrumada e ainda muito mais linda.

Sérgio Sousa
Enviado por Sérgio Sousa em 04/02/2020
Código do texto: T6857887
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