SILÊNCIO


No silêncio ...noite escura ...tudo desaparece...
olho pro céu e nem minha estrela aparece,
os pássaros dormem escondidos em seus galhos,
parece que correm das gotas de orvalho.

Ao longe, ao pé da serra tudo é tristeza,
procuro descobrir o que fizeram da beleza.
As matas cabisbaixas num lamento...
refugiam-se embaixo das asas do vento.

As juritis choram a sua perda insane,
dos seus pios, só restam sofreguidão...
a poesia de tanta dor, ainda que ame,
recolhe-se nos braços perdidos da paixão.

Tudo é angústia, enfim tudo é saudade,
aquilo que um dia foi felicidade.
Aquela paisagem, que um dia trouxe calma,
hoje acomete de infelicidade a alma.

O sol se esconde atrás da lua brilhante,
faz seu protesto silencioso neste instante.
O vento entra gemendo sua melancolia,
para dormir sob o manto da agonia.

Em meu ser, os anos trazem o realismo...
só consigo ver, a face indelével do abismo.
Tudo se perde na cruel jornada...
como agora, eu me sinto um nada.

Minha poesia perdeu-se no caminho...
entre serras, juritis e pássaros sem ninho.
E a natureza, com certeza perde a cor.
Não se fala mais de vida, nem de amor.







Elen Botelho Nunes
Enviado por Elen Botelho Nunes em 09/10/2007
Reeditado em 06/04/2008
Código do texto: T687022