Vem
O sol da saudade
Derreteu a neve
E o travesseiro
Do meu sonho
Submergiu.
Amorteci o seu
Beijo
Com um viçoso riso.
Haveria de ser preciso.
E no ventre desse
Cosmo
Gritando alto
Atropela os meus
Passo
Rastro de outro lugar.
Não te peço perdão
Pois pecado também
Não houve.
Eu sigo o prumo
Do desejo batendo
Na aorta
E desenha você
Nos traços
Andrógenos
Do meu corpo.
Mas há de ser leve
O que a vontade
Aflora
E me despenco
Em você
Delicadamente.
E o nosso espectro
Irradia
Vibrando estéril
A desvendar mistério
Suavemente.
Daniel Gomez