A dor que nos aflige
Volto o pensamento
para dor que nos aflige.
Cubro-me com retalhos
Quando,
por entre os galhos,
vejo a lua nascer
e estender o seu manto
Enquanto anoiteço.
Nos teus olhos vejo,
E me apeteço do mesmo brilho de serenidade,
-sorriso de estrelas-
Que vem da tua claridade,
Vem do amanhecer dos nossos sonhos,
Fazendo de ti um pirilampo de saudade,
Piscando enquanto floresço
diante do teu amor.
Risque o meu peito,
Para que eu também pisque,
Rabisque os livros iluminados
por seus poemas,
Com uma seta venenosa de cupido,
Como faria um lampião,
ou uma lamparina,
luzindo o meu coração ferido
sobre o tratamento das suas mãos.
O meu lugar menina,
é no palpitar onde o sonho começa,
próximo ao limite frágil da realidade.
Ali fisguei o teu peito,
Tua respiração, e os pequenos olhos...
Ainda, no calor do afeto, agradeço,
Faça por nós uma prece aos poetas mortos,
Que pisquem!
E encontrem enterrados nas letras e versos
as palavras perdidas de amor.
Love Won't Let Me Wait
https://www.youtube.com/watch?v=WIGnVBZ0NN8
A experiência do definitivo não é, absolutamente, uma experiência, porque quem a experimenta está perdido. E onde há aquele que a experimenta, o que se poderá dizer da experiência - Quem dirá? Quem relatará a experiência? As margens desaparecem, apenas o rio da experiência permanece. O conhecimento ali está, mas o conhecedor está ausente.
Este tem sido o problema dos místicos. Alcançam o Definitivo, mas não podem relatar aos que lhes vêm após. Não podem relatá-lo a outros, que gostariam d ter essa compreensão intelectual. Todo o seu ser o relata, mas a comunicação intelectual é impossível. Poderão dá-lo a ti, se estiveres pronto para recebê-lo, poderão permitir que o alcances, se também o permitires, se fores receptivo e aberto. Mas as palavras não farão isso, os símbolos não ajudarão, teorias e doutrinas não serão de uso algum.
A experiência é tal que mais se assemelha a um experimentar, do que a uma experiência. É um processo: começa, mas jamais termina. Tu entras nele, mas jamais o possuis. É como uma gota caindo no oceano, ou o próprio oceano caindo na gota. É uma fusão profunda, uma unidade: tu simplesmente te dissolves nela. Nada fica para trás, sequer um traço; assim, como te comunicarás? Voltarás para o mundo do vale? Quem voltará daquela negra noite para te dizer?
A comunhão é possível, mas a comunicação não o é. Isso deve ser entendido desde o princípio. A comunhão possui uma dimensão totalmente diferente; dois corações se encontram, e dá-se um caso de amor. A comunicação se faz de cabeça para cabeça. A comunhão se faz de coração para coração; a comunhão é um sentimento. Comunicação é conhecimento: só palavras são dadas, só palavras são ditas e só palavras recebidas e compreendidas. E as palavras são tais, a própria natureza das palavras é tão morta, que nada do que é vivo pode se relacionar através delas. Mesmo na vida comum - deixando de lado o Definitivo - mesmo um momento estático, quando realmente sentes algo e tornas-te algo, é impossível dizê-lo através de palavras.
Meu amigo Chandra.