Inverso desejo daquele que me atormenta

Ser hipócrita na escura falsidade

Gracejos alternados no pisar da novidade

Opinião oposta, irrelevante ou crucificação

Ignorante fantoche à sociedade sem noção

Na demência e na tristeza da decepção

Adoece o gélido, dilacerado e pobre coração

A crescente inteligência que não pode falar

Da insensata razão que não pode expressar

Naquele que não é real

Diante do imenso pedestal

Decadência, insana e absoluta

Inerente, corrupta, distante e fajuta

É tão bela e superficial

A fome do grotesco liberal

Aguçada e suculenta morte

Deste definhamento forte

Senti um vasto vazio em demasiado

Me adentrando sem ser anunciado

Na desvairada e teimosa sucumbência

Faz de ti o meu chão pleno de obediência

A longa lâmina que atravessa tão cortante

Me trás a luz de um cintilante brilho distante

Que os sonhos permitam um desejado beijo

Em profanos olhares ao apaixonado texto

Calvário atenuado em fuga da discordância

Escrevo caminhos da união e irrelevância

Na agitada calmaria voraz que me adentra

Inverso desejo daquele que me atormenta