A deusa do meu altar

À Marisa de Sousa Brito

Eu, náufrago de amores abortados,

Certo dia, deambulava, implorando atenção,

Sentindo o frio na sarjeta da multidão,

Mutilando minha alma para ser amado.

Certo dia um ser transcendente a todos

Surgiu na minha frente, um anjo que ria contente

E que me pôs no colo, febril e demente,

Aquecendo-me com risos pueris e abraços cálidos.

Creio que foi a primeira vez que experimentei

A sinceridade, e tudo que antes testei

Era apenas as migalhas de outras frustrações.

Tu eis o ser mais iluminado de todos para mim,

Intangível, na sua complexa simplicidade sem fim,

Cuja brisa arrebatou meu peito mais que furações.

Marcos Paulo Silva
Enviado por Marcos Paulo Silva em 29/03/2020
Reeditado em 29/03/2020
Código do texto: T6901004
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