Entre nós

Entre as ausências,
passeio de mãos enlaçadas
pelos canteiros mal floridos,
com raízes aflorando sobre a terra.
Chão agreste de minha vida crua,
terra seca de minha vida nua.
De pés descalços procuro solo úmido,
fuga ao calor interno,
berço das paisagens anteriores,
leito dos proscritos amores.
E pelas ausências
nas friezas dos montes,
traço passagens, vielas,
caminhos do esquecimento,
rumos coloridos no firmamento,
arco-íris de cores e saudade.
Apenas ausências, nada mais que ausências.