Revoadas

As aves sobrevoavam o horizonte

Quais pontes construídas nos ares

Todas pequenas do tipo pombos

Porque o gavião de rapina as incomodava.

As revoadas começavam as cinco da tarde

Sem alarde, em desespero algures pousavam

Encantava a beleza do vou, extasiavam-me de amor

Mas o gavião malvado impiedosamente as matava.

Chovia, depois vinha o sol do entardecer

Arco-íris se dispersava, desfazia-se ao anoitecer

O vidro de loção caia e se quebrava

Mamãe nada dizia, papai me chamava para ver.

A noite caia, as aves sumiam, a lua talvez nascia

Por detrás da remota montanha, serra estendida

Na ilusão do meu sonho, aurora do amanhecer

Estranha sensação, alegria do amor contida...

O cavalo relinchava, a seriema cantava...

Encantando meu viver, era doce a ventania

Que naquele dia derrubava os frutos

Maduros prontos para a criançada comer.

E o canto era de paz entre eu e voce jaz.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 18/04/2020
Reeditado em 18/04/2020
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