Revoadas
As aves sobrevoavam o horizonte
Quais pontes construídas nos ares
Todas pequenas do tipo pombos
Porque o gavião de rapina as incomodava.
As revoadas começavam as cinco da tarde
Sem alarde, em desespero algures pousavam
Encantava a beleza do vou, extasiavam-me de amor
Mas o gavião malvado impiedosamente as matava.
Chovia, depois vinha o sol do entardecer
Arco-íris se dispersava, desfazia-se ao anoitecer
O vidro de loção caia e se quebrava
Mamãe nada dizia, papai me chamava para ver.
A noite caia, as aves sumiam, a lua talvez nascia
Por detrás da remota montanha, serra estendida
Na ilusão do meu sonho, aurora do amanhecer
Estranha sensação, alegria do amor contida...
O cavalo relinchava, a seriema cantava...
Encantando meu viver, era doce a ventania
Que naquele dia derrubava os frutos
Maduros prontos para a criançada comer.
E o canto era de paz entre eu e voce jaz.