Estátuas e cofres e paredes pintadas

Estátuas e cofres e paredes pintadas...

Ninguém sabe...

Ninguém sabe de nada.

O meu coração parou.

Desfaleceu.

Desmaiou.

O meu coração não está batendo, mas a dor, continua doendo.

Como câncer corroendo

Pode um coração desiludir-se depois que parar de bater?

Minha alma desfalece e chora.

Dorme agora.

Estendida sobre uma pedra de mármore.

Entediada como uma estátua de mármore.

Minha razão de viver se perdeu na esperança de ver um novo amor renascer.

Pobre alma...

Fez opção pelo amor...pelo mor... pelo or... pela dor.

Estatuas não sentem dor, não sentem nada, não sentem amor.

O meu espírito está preso.

Está guardado.

Está bugado.

Quando se está assim a poesia fica cega

Não se percebe o quanto é linda a luz do luar.

O dia anoitece na sua vida contra a sua permissão.

Não se distingue mais as cores.

Você tenta deter o vento com as mãos, inutilmente, porque ele sempre foge por entre os dedos e, sem ele, foge a vida.

A vida foge.

O pranto fica.

O dia chove.

Tudo desliga.

Vander Cruz
Enviado por Vander Cruz em 23/04/2020
Reeditado em 11/02/2023
Código do texto: T6926641
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