Brisa

Rondava as cercanias desta alma
Uma presença forte
Uma anuência calma
Recostava no espaldar destes sentidos
Num aconchego macio,
Numa suave melodia,
Cantada ao pé do ouvido.
Tantas notícias de um viver tranqüilo
Tantas viagens – portas do infinito...
Rondava as cercanias desta alma
E esvaiu-se no vento.
Agora põe a alma dividida
Entre a alegria e o tormento.
Vem no soprar da brisa um breve alento
E volta na tormenta insidiosa.
Mostra as penas de viver aprisionada:
Por onde vão os olhos, tu estás
Visões febris de sonhos acordada.
Como por trás de grades,
Estendem-se os braços...
Ímpeto insistente de te tocar,
Sem nunca encontrar nada.