A nave no seu redemoinho

A nave no seu redemoinho

Um salto no escuro

Neve no espelho brisa suave

O salário, quanto vale?

O breu do asfalto

A marcha das vadias

Poetas engatam a marcha ré

Riem atolados no abismo

Eu cismo de teimar em viver

Outra palavra e lá se vai o poema

Sem trema nem singular

Um verbo verborrágico de ateu

Um pneu queimando na madrugada

Que mulher pode ser mais sagrada

Do que aquela que nos sangra a boca

Num beijo tão visceral

Que atravessando as moléculas

Move dez naves em movimento

Paulo Luna
Enviado por Paulo Luna em 28/04/2020
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