TEMPLO

Eu acreditei em um tempo de paz e luz

Ergui a ti um solene altar imerso em flores brancas

Olhava-te de tão perto e contemplava sua aura

Mas era um templo distante de mim.

O perfume do incenso que te cobria

Vinha de uma outra morada

O calor das velas dedicadas ao luzir em paz

Eram da janela aberta em outra casa

Os terços e orações sussurradas em dádiva

Nunca foram ouvidos.

Ruiu.

A voz de agradecimento da oração doce e dedicada

Sucumbiu a tanta ausência e se calou.

O terço nas mãos que por tanto o manteve divino

Quebrou-se em pedaços ínfimos e suas contas findaram.

A Luz que acendia os sonhos e iluminava vidas

Foi facilmente apagada com o sopro que fez fim a chama.

O cheiro que trazia o aroma sutil da entrega fiel e dual

Foi trocado por tantos outros ares cada vez mais vis a cada madrugada.

O pedestal em que tiveras...

Foi a queda mais fatal e ensanguentada.

E de tudo que havia não restou mais nada.

Por suas dores e desejos fúteis se termina o dia.

O lugar que lhe foi dedicado tão gentilmente e com pureza

É agora por outro purificado.

Não há mais altar

Não há mais flores

Não há mais luz

Não há mais oração

O símbolo trágico desse amor obscuro foi apagado.

Ressurge agora a paz de uma forma Real!

São apenas mãos dadas e unidas em um fim

Sem lágrimas, choro, mágoas, traição, uma vida impura

A esse amor que se faz angélico a cada dia

Nada de templos.

Só a verdadeira UNIÃO... CURA!

Encantadora do Luar
Enviado por Encantadora do Luar em 29/04/2020
Reeditado em 29/04/2020
Código do texto: T6931786
Classificação de conteúdo: seguro