Rompante

Rompante

Mãe amada.

Um dia sai por aí a caminhar sozinha.

Deixei para traz os conselhos que me dava.

Conheci o mundo e ele me contagiava.

Cada novo que me era apresentado eu acolhia com alegria e aos poucos tudo me iludia.

Mesmo olhando para traz o novo ainda assim me conduzia.

E todos os conselhos que me dava soavam como blá, blá, blá.

E eu nesse novo mundo acreditava.

E tudo me iludia.

No caminho cruzei jardins, conheci rosas, seu perfume me embriagava, suas pétalas pareciam sedas, mas elas possuíam espinhos.

Espinhos que me machucavam, me espetavam por fora, machucava por dentro, sangrava fazia escorrer lágrimas.

Quando eu percebi que nem tudo era um jardim de rosas e que até a rosa que é a mais bela flor possuía espinhos desejei voltar.

Desejei voltar para o colo da mãe amada, já era tarde eu tinha uma missão.

Talvez a mesma que a sua quando se tornou mãe, um filho e tinha que criar, educar e amar.

Tinha que fazer ele acreditar que o que eu falava não era blá, blá, blá.

E tudo se repetia.

Mãe amada.

Obrigada por me amar acima de qualquer coisa.

Maria Cecília Bosso

04/05/2015