De repente

De repente você veio.

De mansinho entrou na minha vida, não disse palavra alguma.

Quando dei por mim aqui está você, preenchendo meu vazio e me fazendo só ao mesmo tempo.

Ao teu lado o tempo parece parar e vivo a parte feliz da vida.

Deus!

Que louco sentimento é esse que me torna livre

Para depois me escravizar?

Assim como veio, você foge sem explicação,

Mudo e telepático enlouqueço dentro de mim

E numa solidão infernal, meus sonhos se quebram como cristal.

À minha frente, quando duas bocas dividem os mesmos sentidos, me tortura a solidão no presídio de mim mesmo,

Aí! O nó na garganta sufoca e no peito explode o vulcão

De Hiroshima e gota a gota vejo sangrar do meu coração a vida.

Outra vez lá vem você e o sopro da existência respira dentro de mim e como num desabrochar de rosa, vivo e revivo, nesse momento o homem maduro que sou outra vez se faz menino.

Nos olhos a solidão da lugar para a primavera.

Isso parece amor!

E é amor mesmo!

Se o preço é morrer, morrerei aos poucos,

Então morrendo como estou, reencontro a felicidade

Num louco turbilhão que gira em mim pelo pleonasmo de você.

Até quando vou aguentar?

Até quando resistirei a esse... não sei o quê bandido?

A tua ausência é como tiro certeiro que chega ao coração, mina as forças, mata o corpo e fere a alma.

Mas a tua presença é primavera que invade a vida

E afasta vez a solidão.

Deus!

Que louco sentimento é esse que me torna livre

Para depois me escravizar?

Charles Costa
Enviado por Charles Costa em 11/05/2020
Reeditado em 16/05/2021
Código do texto: T6943746
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