De repente
De repente você veio.
De mansinho entrou na minha vida, não disse palavra alguma.
Quando dei por mim aqui está você, preenchendo meu vazio e me fazendo só ao mesmo tempo.
Ao teu lado o tempo parece parar e vivo a parte feliz da vida.
Deus!
Que louco sentimento é esse que me torna livre
Para depois me escravizar?
Assim como veio, você foge sem explicação,
Mudo e telepático enlouqueço dentro de mim
E numa solidão infernal, meus sonhos se quebram como cristal.
À minha frente, quando duas bocas dividem os mesmos sentidos, me tortura a solidão no presídio de mim mesmo,
Aí! O nó na garganta sufoca e no peito explode o vulcão
De Hiroshima e gota a gota vejo sangrar do meu coração a vida.
Outra vez lá vem você e o sopro da existência respira dentro de mim e como num desabrochar de rosa, vivo e revivo, nesse momento o homem maduro que sou outra vez se faz menino.
Nos olhos a solidão da lugar para a primavera.
Isso parece amor!
E é amor mesmo!
Se o preço é morrer, morrerei aos poucos,
Então morrendo como estou, reencontro a felicidade
Num louco turbilhão que gira em mim pelo pleonasmo de você.
Até quando vou aguentar?
Até quando resistirei a esse... não sei o quê bandido?
A tua ausência é como tiro certeiro que chega ao coração, mina as forças, mata o corpo e fere a alma.
Mas a tua presença é primavera que invade a vida
E afasta vez a solidão.
Deus!
Que louco sentimento é esse que me torna livre
Para depois me escravizar?