Beijo & desejo

Nunca senti tanta vontade de provar um beijo.

Ilustro uma sincera sensação nestas poucas palavras, a fim de que compreenda que nem a natureza em seu estado puro se compara a tua beleza, nem o mais selvagem dos cenários compreende quão sedento fico sem ter você por perto.

As abelhas silvestres sentem inveja de teus lábios, meu amor.

O mel esquecido nos favos que elas produzem não consegue ser tão doce quanto o sorriso que tens quando me afaga os cabelos.

Os golfinhos não conseguiriam imaginar a sensação de mergulhar nas ondas dos teus olhos enquanto miram fixamente as curvas delicadas do horizonte quando o sol está se pondo, sua paisagem preferida.

Nem a fome de uma alcatéia de lobos há dias sem caça se compara a minha vontade de explorar tua boca e saciar meus beijos, que jazem esquecidos em algum porão abandonado que foi encontrado novamente quando vi teu sorriso.

Quando então meus lábios e os teus se encontrarem, quando se completarem como a linha do horizonte faz com o céu e o mar, só então retornarei a encontrar a beleza que repousa nos ninhos dos pássaros que cantam ao amanhecer.

Memórias póstumas da Liberdade
Enviado por Memórias póstumas da Liberdade em 14/05/2020
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