CALMARIA

Nuvens douradas que estão pardacentas

Na tarde que espira em ânsias de morte

E andam correndo do sul para o norte

– Aves migrantes de plumas cinzentas!

Nos raios solares que têm cor de sangue

Filtrado através de nuvens velozes

Julgamos chibatas de frios algozes

Cortando a amplidão do céu quase exangue

E o mar verde puro em calma sublime

Parece uma prece entoada no incenso

Em místico gesto que as almas redime

E vibrando de fé nesse calmo poder

Eu senti genuflexo o amor imenso

Tomar conta de mim e guiar meu Ser!

(Rio Grande-RS, 1947)

Attilio dos Santos Oliveira
Enviado por Attilio dos Santos Oliveira em 15/05/2020
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