O tempo, a dor e o amor
Olhos fechados, corpo encolhido.
as mãos percorrem os braços,
o coração apanha lento, dolorido,
e o semblante denuncia o cansaço.
Os nervos, outrora de aço,
agora espremem um olhar sentido,
machucado, sangrado e esquecido,
do que era amor, e agora é espaço.
As lágrimas ecoam pela casa,
do quarto é feito abrigo,
e da solidão, que agora mora comigo,
vem o acalento que me abraça.
E das chamas de um amor antigo,
sobraram cinzas e brasa.
Sobrou a dor, que com o tempo passa,
e talvez leve esse amor consigo.