Amar, voltar a viver novamente.

Às vezes

Meus sentimentos são como as ondas do mar

Que se arremessam com fúria contra as pedras

Em tardes de tempestades

Às vezes

Meus sentimentos são como o vento sul

Forte, insistente, persistente

E devastador

Às vezes

Meus sentimentos são como as galerias de esgoto

Mal cheiroso, enjoativo, desgastante

E neles me enojo, vomito

Às vezes

Meus sentimentos são como o sangue

Que me mantém vivo e não pode verter demais

Senão eu morro

Às vezes

Meus sentimentos são como o sol

Irradiam luzes, aquecem corações,

Germinam novos amores, doces encantos

Às vezes

Meus sentimentos são como as fogueiras

Em luaus de beira de barranco

Ilumina somente onde os meus olhos alcançam

Mas me basta é onde eu vivo um doce momento

Às vezes

Meus sentimentos se confundem como as águas de dois rios

Uma só água seguirá adiante.

É a vida que se mistura

Miscigena

Sublima

Reverte

Inverte

Mas nunca pára.

Às vezes

Meus sentimentos são simples poesias

Escritas, pensadas, prensadas num canto da memória

Jogadas num caderno de páginas insensíveis

Arremessadas num teclado entorpecido

Guardadas em formol de bálsamo.

Às vezes meus sentimentos são de saudade

De amar

De querer

De te abraçar

De te beijar

De conversar contigo

De sentir o teu perfume

De tocar a tua pele

De olhar em teus olhos...

De voltar a viver, novamente.

Robertson
Enviado por Robertson em 20/05/2020
Reeditado em 20/05/2020
Código do texto: T6953353
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