Esperas e Ausências

Que calendário guarda a data

que te anuncia nos meus dias adiados?

Acumulo tanto tempo de esperas e ausências

folhando as páginas dos meses

e enfeitando a esperança

com a poesia que te chama.

De tanta noite na janela...

Guardo o orvalho no olhar

e a lua nos cabelos.

Desprende-se inútil

a rosa da manhã que desabrocha

fenecendo nos ocasos

ao descaso das semanas.

A passagem dos dias

fez diário do meu rosto

nas anotações

com que o tempo me assinala.

Cada noite que se perde

morre um pouco o que te vive.

Só temo que tu chegues

e eu não mais esteja aqui

nessa data em que de mim

se ausente o que te espera.