Azul
Um devaneio vai, volta
torna e retorna
em poesia nos olhos
para os seus olhos salgados, marejados
inocentes, desejados
com gosto de azul.
Não faça de seus olhos eclipses com os lábios!
Não, não se deságüe em tormentas!
Ou, juro, me afogo na lembrança do teu azul esquecimento...
Nem os graves e eternos acordes dos órgãos lacrimosos
Despertariam o mistério dos seus olhos... Meus infernos e céus, em pares.
Picasso nunca expressou todos os ângulos pelos quais eles vêem
que eu te vejo
que eles vêm
azuis...
Nem Matisse ousou pintar
o azul-azul dos seus olhos e pensamentos
azul-manhã...
Que eu me eternize em seus olhos!
Por suas memórias azuis a vagar...