PORTAS
 
São feitas de madeira, antiga, seu trinco desgastado pelo tempo ao toque de mãos.
Portas abertas, a esperança que chega, as luzes que se ascendem. A luz do sol que adentra dando vida em tudo que reluz.
À noite, fechadas em seu interior ouve-se os ruídos, os passos, a correria das crianças. Os talheres na mesa esperando o jantar. Porta fechada, mas feliz, pois lá dentro existe a esperança de outro dia, a possibilidade de um raiar de sol, ou mesmo a chuva que acalanta a noite. A mesma chuva que castiga a porta, batendo violentamente como se fosse arrancá-la de seu lugar. Contudo, ela está segura. Fixada nas paredes guarda os seus habitantes, protege-os das agruras do tempo.
As belezas que possui em cada frincha do tempo, o desgaste da pintura em seus vãos tornando-a mais firme. O ranger de seus ferrolhos que soam na abertura do dia.
A porta em que tantas vezes se espera a chegada. Do amor, do amigo que abraça, do filho que chega da escola. Abençoada porta. Pois através dela se guardam os bens mais preciosos de uma vida. A família!


Silvya Gallanni 27/05/2020 19:17
Silvya Gallanni
Enviado por Silvya Gallanni em 04/06/2020
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