Para Sempre
 
 
Foi no leve cair de tuas pálpebras
que vi a tarde adormecer no horizonte,
com seus tons alaranjados a tingirem o quadro,
onde as sombras atenuaram as luzes do dia.
 
E vi teu corpo a preencher meu olhar.
Com ele vaguei nos mares de tua epiderme,
conferi com a ponta dos dedos teus lábios,
esvaziei-me de mim e abriguei-me em ti.
 
Cena a guardar nas grutas da memória
desenho de lembranças, minúsculo instante
que se fará perdido e achado pela eternidade,
e já se faz futuro, e se antecipa saudade.
 
E toma, leva teu corpo para o meu.
Sinto teu ser concreto, mas também tua alma.
Tua emanação de ser feminino encanta-me.
E eu, masculino, te vejo como musa mulher.
 
O sol repousa e os raios da lua já vestem o céu.
De toda minha efemeridade, por um instante,
em meio a meu eterno duvidar, tive felicidade certa
no estranho perder-me onde encontrei-te.
 
Já não sou só, já não és apenas tu,
pois que divididos acabamos em um.
No fluir da noite, do afeto aquecido,
na brisa onde senti teu hálito de paixão.
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 07/06/2020
Código do texto: T6970096
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