Absurdos do Amor

Com voz de ferrugem

A despedida dos amores que vão.

Felicidade absurda que rói

Os alicerces de manteiga

De minha emoção.

O sangue é confidencia,

Amor que trêmulo acolhe

Meu sentimento.

Teus olhos

Feridas infeccionadas de luz

Estrelas que tristes golpeiam

O céu cego de meu coração.

Ah que coisas são estas

Que temem amar e serem amadas,

Com o ardor dum ato impensado?

Ser sonho

Frutificado da árvore cósmica,

Fecundado no útero incógnito

Duma loucura que devasta regras.

Quero ser o poeta a cantar

Acordes na carne,

Agonizantes suspiros

Golpeando a pedra que oculta

O miolo da alma.

Assim lágrimas calam o grito

De espasmos na língua,

Sombras que falam

A desolação absurda

Daqueles que amam...

Luis Felipe Saratt
Enviado por Luis Felipe Saratt em 16/10/2007
Reeditado em 05/10/2008
Código do texto: T697014