Absurdos do Amor
Com voz de ferrugem
A despedida dos amores que vão.
Felicidade absurda que rói
Os alicerces de manteiga
De minha emoção.
O sangue é confidencia,
Amor que trêmulo acolhe
Meu sentimento.
Teus olhos
Feridas infeccionadas de luz
Estrelas que tristes golpeiam
O céu cego de meu coração.
Ah que coisas são estas
Que temem amar e serem amadas,
Com o ardor dum ato impensado?
Ser sonho
Frutificado da árvore cósmica,
Fecundado no útero incógnito
Duma loucura que devasta regras.
Quero ser o poeta a cantar
Acordes na carne,
Agonizantes suspiros
Golpeando a pedra que oculta
O miolo da alma.
Assim lágrimas calam o grito
De espasmos na língua,
Sombras que falam
A desolação absurda
Daqueles que amam...