Augúrio
Augúrio
Eu não posso compreender por que o meu coração chora tanto?
Que dor é essa, que ele sente e me faz tão mal?
Que sangra como ferida aberta,
que não cura,
que faz morrer o amor,
que só em mim ainda respira
lutando para manter-se vivo.
Eu não posso suportar o peso da solidão,
saber que o fim chegou sem avisar
cegando os meus olhos que já não conseguem te enxergar
dentro da escuridão prisão
em que deixastes encarcerado
a maior paixão da minha vida.
Eu não posso sofrer assim tamanho augúrio,
o que há de vir não pode suplantar o amor que envereda sobre nós
para morrer nos presságios que ao de vir
nas asas do tempo obscuro e de tenras tempestades.
Ah! Tudo se predispõe em me fazer sofrer,
a solidão, o tempo, o vazio, a dor,
fragmentos, pedaços, partes incompletas deste quebra-cabeças
que jamais se completará
porque não existem remendos necessários
para salvaguardar a esperança.