Augúrio

Augúrio

Eu não posso compreender por que o meu coração chora tanto?

Que dor é essa, que ele sente e me faz tão mal?

Que sangra como ferida aberta,

que não cura,

que faz morrer o amor,

que só em mim ainda respira

lutando para manter-se vivo.

Eu não posso suportar o peso da solidão,

saber que o fim chegou sem avisar

cegando os meus olhos que já não conseguem te enxergar

dentro da escuridão prisão

em que deixastes encarcerado

a maior paixão da minha vida.

Eu não posso sofrer assim tamanho augúrio,

o que há de vir não pode suplantar o amor que envereda sobre nós

para morrer nos presságios que ao de vir

nas asas do tempo obscuro e de tenras tempestades.

Ah! Tudo se predispõe em me fazer sofrer,

a solidão, o tempo, o vazio, a dor,

fragmentos, pedaços, partes incompletas deste quebra-cabeças

que jamais se completará

porque não existem remendos necessários

para salvaguardar a esperança.

Luis Fernando Poeta
Enviado por Luis Fernando Poeta em 14/06/2020
Código do texto: T6977479
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