Endecha de um coração
Uma lágrima suave, mais uma endecha
em meio aos sentimentos na vaga da solidão
via o vento arrastar uma verde folha
levada pela inconstância do vento.
Em meu devaneio perguntei: "Linda folha,
como é levada pela imensidão do nada?"
" - Estás indo onde, um dia retorna a cair,
nestes ventos tortuosos?
Meus devaneios me respondem: "Clareza
de lira em uma alma dorida,
que como a folha verde,
vaga perdida, em um suspiro em vão".
Olhei de novo para a folha: "Despencada
mesmo de um verde galho no chão,
ela me diz: - que foi colhida mui rápido
daqueles ventos, chamados traição".
Que sopre o vento, leva-me aos ares
invisível é a sua mão terrível,
mas senti o orvalho d'aurora,
que me entregou meu coração.
Na minha face uma fria brisa
que me arrasta em seu capricho afetuoso,
também da bela música afasta
aquelas cordas de inspiração.
Tenho por certo um ramo viçoso
sei que novas folhas brotarão,
numa música bela e doce
outra melodia de um ledo cantar.
Enleias em seu som, ecoando,
quanto a mim, de impetuosos ventos;
me levam as areias e, secarei,
Mas, tu serás sepultadas na imensidão".
Douglas Stemback