Endecha de um coração

Uma lágrima suave, mais uma endecha

em meio aos sentimentos na vaga da solidão

via o vento arrastar uma verde folha

levada pela inconstância do vento.

Em meu devaneio perguntei: "Linda folha,

como é levada pela imensidão do nada?"

" - Estás indo onde, um dia retorna a cair,

nestes ventos tortuosos?

Meus devaneios me respondem: "Clareza

de lira em uma alma dorida,

que como a folha verde,

vaga perdida, em um suspiro em vão".

Olhei de novo para a folha: "Despencada

mesmo de um verde galho no chão,

ela me diz: - que foi colhida mui rápido

daqueles ventos, chamados traição".

Que sopre o vento, leva-me aos ares

invisível é a sua mão terrível,

mas senti o orvalho d'aurora,

que me entregou meu coração.

Na minha face uma fria brisa

que me arrasta em seu capricho afetuoso,

também da bela música afasta

aquelas cordas de inspiração.

Tenho por certo um ramo viçoso

sei que novas folhas brotarão,

numa música bela e doce

outra melodia de um ledo cantar.

Enleias em seu som, ecoando,

quanto a mim, de impetuosos ventos;

me levam as areias e, secarei,

Mas, tu serás sepultadas na imensidão".

Douglas Stemback

Douglas Q Stemback
Enviado por Douglas Q Stemback em 14/06/2020
Código do texto: T6977493
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