ELA E EU

Caminhávamos então alegremente

Num enlevo tão meigo de alvorada

como um casal de jovens namorados

Entre rosas desmaiadas tristemente

num chorar de violenta madrugada

Entre colunas de árvores frondosas

e num solo de raízes pisoteadas...

As abóbodas verde rutilantes

cintilavam em luzes colorosas

e fulgores de estrelas oscilantes

Tu me seguias pela estrada luminosa

toda alva como a luz das madrugadas

num tapete de flores desmaiadas

e pisavas nos reflexos luminosos

entre as sombras tétricas do nada...

Entre aplausos e vaias de tumulto

te jogaram muita lama denegrida

que não manchou o teu vestido branco

e não desfez o teu sorriso franco

nem desvaneceu essa visão querida

Encantada em eterna juventude,

ela virgem, em longa caminhada,

na região da triste hipocrisia,

era minh’alma que vinha de jornada

jogando beijos de melancolia...

Porto Alegre-RS, 2009

Attilio dos Santos Oliveira
Enviado por Attilio dos Santos Oliveira em 22/06/2020
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