Consensualmente

Lampejo que da rotina se cansa

E esmorece depois de um breve alívio;

Beijando as mãozinhas brancas

Pouco trêmulas, que num curvar se alcança.

Basta a lembrança sem sentido no convívio,

E o chacoalhar brando das ancas.

Sentimento do dever cumprido!

Triste sina que acompanha o amor,

Resiste aos desatinos mas adoece no pudor;

Romance algum sobrevive à vida a dois,

O felizes para sempre vem depois,

Dos egos destruírem as esperanças,

E da sangria desatada brotará o nada que nos unirá.

Olhares que reconhecem o quanto se dá,

E olhares que não se contentam com tudo.

Culminante num desacordo mútuo

Onde ambos são obrigados a concordar.

Reclamações já se fazem inúteis,

Todas as coisas são fúteis diante a resolução:

Viver junto cada dia, todo dia, até que não.

Priscila Neves
Enviado por Priscila Neves em 28/06/2020
Reeditado em 28/06/2020
Código do texto: T6989941
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