O Amarelo Encantado
A sombra do desejo fala,
cochicha ao pé do ouvido do comedimento,
se expõe e coloca-se como sonho, como olhar, carinho,
do avesso encanto,
talvez toque a superfície, vagarosa, da alegria constante.
A euforia que transforma lógicas em sentimentos,
respira tão profundo o ar pesado da brisa do inverno,
que só encontrou repouso
sobre a lírica conversa dos fulgurosos raios
com sua intensa cor.
A clareza da sombra se revela por de trás da adequação,
já não é possível ver a sombra,
mas o brilho ofuscante do olhar,
que faz todo o resto,
pouco importar...
É fato, é alegrador, esquecer todos os detalhes
ao redor...
detalhar a nudez da intensidade da alma,
refletida no espelho dos seus olhos.
O som do amarelo é o som do vento
agitando as nuvens,
onde nenhum outro som é ouvido,
aonde o som tem sabor,
sacia a minha virtude,
enobrece a sensibilidade de uma repetição sadia,
na certeza que longe está a melancolia,
Com intrépida resposta a ousadia,
ousa desaparecer em energia,
a mim mesmo enxergo,
diante da sua sinfonia,
tocada cheia de maestria,
a sombra, a energia, o desejo, a virtude
enalteci tanto o encanto,
o amarelo era eu junto a tanto,
quando a via, me via, quando a sentia
me repreendia,
dos cantos mais cheios de encanto,
fiz do amarelo encantado
meu recanto...